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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Redenção, de Lívia Lorena

Título original: Redenção
Autor (a): Lívia Lorena
ISBN: 9788564469648
Páginas: 454páginas
Editora: Dracaena
Sinopse:
Ruby é uma moça de vinte e poucos anos que tem um futuro normal e com boas expectativas. Vivendo com sua família no coração de São Paulo, ela nunca imaginou que se tornaria o centro de uma guerra que já perdura há séculos. Após um incidente comum aos noticiários, ela se vê banhada num mar vermelho sangue que insiste em puxá-la cada vez para mais fundo, onde um vazio negro cheio de desejo e ânsia por dor e sofrimento clama por seu nome. Ruby.
Ela não sabe como sua vida deu tal guinada, não entende as razões de ter sido jogada em um mundo onde a sede por sangue grita silenciosamente em seu peito, nos momentos em que ela mais deseja estar em paz.
Há uma guerra sendo ocultada pelas manchetes de TV. Há muito dinheiro e poder em jogo e Ruby percebe que sozinha não terá chances de encontrar as respostas que procura, mesmo que elas estejam dentro dela, fluindo em suas veias.
Ela acredita que tudo está perdido, mas quando surge na sua escuridão Aaron, seu zeloso companheiro, Ruby percebe que mesmo nas mais terríveis situações, existe espaço para a felicidade e para a devoção que só o sangue é capaz conferir.
É com grande prazer que apresento aqui no “ECeP” a primeira resenha de um autor nacional. Também é o livro que inaugura aqui no blog a seção destinada à literatura fantástica que recheará o blog durante este mês de outubro em homenagem ao Halloween. Então, vamos ao livro!

        Redenção conta estória de Ruby, uma jovem de vinte e poucos anos moradora da movimentada São Paulo. Nossa heroína passou a vida se achando uma pessoa normal como qualquer outra, com um bom emprego e uma família amorosa, até que um acontecimento desperta sua outra personalidade, uma Ruby que estava adormecida, mas que precisava de apenas um empurrão no gatilho para despertar.

        O enrede do Redenção nos apresenta duas Organizações centenárias, a Real Corpus (RC) e a Dom Sacres (DS), ambas lideradas por vampiros com ideais bem diferentes. Essas duas facções ao longo dos anos vem aumentando sua influência e seus membros em praticamente tudo que está relacionado à poder ao redor do mundo, criando um quadro em que muitas vezes humanos são meras peças de um tabuleiro movimentado por vampiros. E esses dois grupos, mais precisamente seus lideres, irão lutar por Ruby.

        Ruby é diferente dentre os de sua raça, ela não foi “criada” como os demais vampiros, seu sangue é único, pois ela nasceu com o gene do vampirismo, que permaneceu adormecido esperando o momento de desertar. Por conta de seu DNA bem singular, Real Corpus e Dom Sacres acreditam estarem diante de uma arma valiosa, o sangue de Ruby, que acima de tudo dará a oportunidade de acabar com a maior fraqueza dos vampiros, a vulnerabilidade de andar à luz do sol.

        Adorei as personagens de Redenção.

        Primeiramente, temos a própria Ruby. Alguém que acreditava ser humana e que de uma hora pra outra literalmente, se vê com desejos e habilidades desconhecidas para ela mesma. Ruby me despertou diversos sentimentos, muitas vezes fui da comoção à raiva em poucas páginas, isso porque a aceitação da nossa protagonista como vampira por ela mesma é lenta e muitas vezes irritante. Inicialmente seu maior problema era abandonar sua família, já que aceitar sua nova condição como imortal lhe traria obrigações e riscos que a obrigaria a abandonar seus entes queridos pelo próprio bem deles. Em segundo, havia o dilema de se aceitar como membro de uma nova espécie, alguém com um forte desejo por sangue humano, desejos com o poder de a transformar em um monstro.

“...Não tinha cabimento que uma quase morta como eu estivesse tão bela. Os olhos grandes e amendoados não se pareciam com os meus estes que me retribuíam o olhar eram mais vivos e brilhantes. Os lábios carnudos e perfeitamente delineados eram de um vermelho escuro, como se tivesse sido desenhado por um grande pintor.  Minha pele nunca estivera tão perfeita - toquei minhas maças - senti sob os dedos a maciez de uma rosa. Meus cabelos negros e encaracolados emolduravam perfeitamente o meu rosto brilhando num tom preto - azulado hipnotizante. Aquela imagem parecia uma pintura e eu só podia estar sonhando. Ainda sim fiquei mais alguns minutos me observando, pois o que eu via ali era mais do que meu reflexo, era o reflexo de uma criatura cheia de perfeição nos menores detalhes, onde tudo se encaixava harmoniosamente.”
        A relutância de Ruby em abandonar a família me comoveu e me fez sentir muita simpatia pela personagem, nunca mais poder ficar ao redor de uma família tão amorosa como a dela é angustiante. Quanto à relutância em se aceitar como vampira, isso estava mais relacionado a aceitar todas as responsabilidades que sua participação na guerra entre Real Corpus e a Dom Sacres viria causar ao mundo.
(…) Voltar para a “Casa das Tochas” não era sequer uma mínima opção, pois tudo o que eu queria era me livrar de todas as responsabilidades que esta nova vida me dava (…)
Pag.: 201
        Gente, isso me irritou profundamente!! Ruby era esperada como alguém que iria liderar um novo futuro, fugir dessas responsabilidades não é atitude de alguém nascido para liderar. Há algumas coisas das quais você não pode fugir, elas fazem parte de você e definem quem você é, portanto é preciso ter coragem para assumi-lás e encarar as consequências que indubitavelmente virão. Mas tudo bem, eu entendo o lado da protagonista, afinal não deve ser fácil dentro de poucos meses se ver envolta em um novo mundo ainda com a responsabilidade de tomar decisões que podem decidir o futuro de milhões de seres, sendo eles humanos ou não.

        Ah, claro. Vocês devem estar se perguntando: “E romance? Não tem?”. Mas é claro que tem!  E isso me leva a outra personagem: Aaron.
“...Quando virei minha cabeça, vi uma criatura que não posso descrever como sendo humana, nem como sendo nada conhecido nesse vasto mundo. Um ser com a aparência de um jovem homem, cabelos tão negros quantos os meus e uma pele clara como o mais puro marfim. Ele estava mais para um anjo enviado por Deus, um anjo com os olhos que mesmo frios emanavam malícia, um anjo com a pele tão alva que eu tinha a impressão de ver todas as suas veias, ver seu coração.”
        Aaron é a mente por trás da Real Corpus, um líder nato, alguém que adquiriu em seus mais de 300 anos de “vida” sabedoria e serenidade necessárias para lidar com diversos perigos. Sua conexão com Ruby é muito forte, que transponde o tempo, algo inicialmente confuso tanto para Ruby quanto para o leitor. Os motivos por trás dessa conexão com Ruby é explicada aos poucos, e esse ponto foi um delicioso mistério pra mim, de páginas em páginas a autora nos apresenta detalhes que nos davam a chance de especular…

        Os encontros de Aaron e Ruby por muitas vezes são muitos sensuais quando não são bem fofos. Aaron possui aquele estilo protetor-lindo-fofo-tudibom que nós amamos!!!

        E claro que se há o lado bom, tem que haver o lado ruim da força. E para isto lhes apresento Stéfano. Eu amei esse personagem! Porque ele realmente é mau. Não me entendam mal, não compactuo com suas ideias insanas, mas o que me agradou nele foi o fato dele representar aquela imagem de vampiro mau e sanguinário que eu sempre tive.

        Com a enxurrada de séries de vampiros que adentraram a mídia nos últimos anos, é comum encontrarmos um antagonista “misterioso e sexy aparentemente mau, mas que no fundo é bom” que acaba roubando a admiração das leitoras, como é o caso de Damon Salvatore e Eric Northman. Bom, isso não acontece com Stéfano. \O/

“...Seus olhos verdes não desgrudavam dos meus e estavam tão arregalados que lhe davam a aparência de um louco maníaco. Ele respirou fundo sugando partículas do ar ao seu redor.”
Stéfano é uma das minhas personagens preferidas, sua personalidade é única e muito perversa, muitas vezes ele é mencionado como sendo um verdadeiro psicopata, adjetivo completamente justificado por suas ações.

        Outra personagem que me intrigou bastante foi Nestor. Ele é mencionado como uma espécie de pai adotivo de Aaron, no início do livro ele nos é apresentado como um homem inteligente e muito simpático, porém logo nos primeiros momentos quando descobrimos suas convicções da superioridade da raça vampírica percebemos que esta personagem pode revelar outras características de sua personalidade.
“...Senti meu rosto corar e nem sei explicar ao certo por que. Sorri timidamente, sob o olhar cauteloso, porem gentil do elegante vampiro que ainda parecia digerir minhas palavras. Ele tinha os cabelos tão grisalhos e uma aparência tão angelical, que seu jeito me lembrou meu avô. Senti-me confortável, como se estivesse na presença de um velho e recém achado conhecido.”
        A autora criou personagens bem interessantes, muitas vezes algumas personagens secundárias chamaram minha atenção bem mais que a própria protagonista. Mesmo algumas tendo participações pequenas, suas descrições foram o bastante para atiçar minha curiosidade e minha vontade de ler uma estória tendo elas como protagonistas. hehe Smiley de boca aberta

        Redenção me cativou bem mais do que esperava, mais precisamente na segunda metade do livro, onde de fato a ação se concentra. O livro não é apenas sobre relacionamento entre vampiros, a guerra entre RC e DS é articulada em meio à politicagem e negociações, dando um ar mais real à trama. 

        Algumas atitudes de Ruby são de irritar qualquer leitor, ora ela é corajosa ora é covarde, ora é generosa e ora é egoísta. Mas acredito que Redenção tenha sido a descoberta de Ruby em aceitar sua nova condição e todas as responsabilidades que recaem sobre ela. Encontrar uma personagem sem dilemas internos e que não tivesse problemas em de repente acordar vampira, ao meu ver, seria uma incoerência. Mas que as indecisões da personagem irritam, aahh irritam! rs Então, na continuação da Saga (sim, é uma série) espero encontrar uma protagonista mais decidida, sabendo abraçar seu lado vampira sem perder a humanidade que tanto preza.

        Só por curiosidade, essa foi minha reação quando descobri que Redenção era o primeiro de uma série (sou meio ansiosa com continuações):

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        Agradeço à autora pela oportunidade de participar do Book Tour. Ao participar do BT assumi o compromisso de escrever uma Resenha sem spoilers  Bom, acho que acabei soltando 1… 2… ou 3 spoilersinhos bem pequenininhos. image
        Minha trilha sonora lendo Redenção:

Imaginei Stéfano como Alexander Skarsgård! haha

        Aos amantes do tema sobrenatural, Redenção é uma ótima dica!

        Até mais,
        Fighting!!!!

Olá, meu nome é Livia Lorena – daí vem o Lilo. Tenho 25 nos, nasci no dia 12 de junho de 86. Sou formada em Marketing . Moro em SP e adoro ir aos parques daqui ou simplesmente ficar “de boa” em casa. Uma das minhas paixões é ouvir música-e apreciá-las – e lógico escrever.
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